19 March 2007

admito

assuto-me com relativa facilidade quando estou dentro de salas cujas paredes são revestidas com papel de parede.

o jogo da governação

imaginem jogar às escondidas. pronto, o que lhes tenho para dizer nada tem a ver com isso...
quero relatar a todos os meus leitores o jogo da corrida de sacos entre partidos políticos:
num terreno acidentado marcam-se duas linhas que distam 23 metros entre si. existe a linha de partida, de onde sairão os concorrentes. o objectivo é ser o primeiro a chegar à linha de chegada. quem o conseguir ganha. (o prémio é ser o governo da nossa nação, um fósforo e um bidon com 1 litro de petróleo!). falta apenas acrescentar que os concorrentes terão de percorrer esta distância dentro de um saco de serapilheira.
a concurso estão 5 equipas compostas por 2 concorrentes cada: do PS José Sócrates e Manuel Pinho; do PSD Marques Mendes e Pedro Santana Lopes; do CDS-PP Ribeiro & Castro e Paulo Portas; do PCP Jerónimo de Sousa e Odete Santos; e finalmente do BE Francisco Louçã e Ana Drago.
na linha de partida os concorrentes estão lado a lado, um pouco nervosos e de olhos postos no árbitro. o árbitro, cavaco silva, está prestes a dar o tiro de partida.
e começa a corrida!!
a dupla Louçã e Drago ganha certa vantagem... porém, Sócrates atira um pedra à cabeça de Louçã e este acaba por cair inanimado para cima de Ana Drago. sem condições para continuarem, acabam por desistir! Ana Drago excitada diz "eu levo-te para minha casa, a minha namorada vai-te adorar e fumamos umas especiarias que ficas logo curado!!".
quanto à dupla Ribeiro & Castro e Paulo Portas não chegam a sair da meta, já que Paulo Portas faz uma rasteira ao seu colega de equipa, lesionando-o no tendão de aquiles.
a assistência, de olhos arregalados, vai berrando em comunhão com Ribeiro & Castro.
agora quem parece ganhar vantagem é a dupla comunista. no entanto, Odete Santos sai do seu saco de serapilheira e começa a declamar passagens do livro "Vidas e Lutas" de Álvaro Cunhal. Jerónimo de Sousa abana a cabeça e diz: "assim não dá pá, vamos ter de te expulsar do partido!!". desta feita Cavaco Silva acaba por expulsar é a equipa.
restam duas equipas. a dupla Sócrates e Manuel Pinho parece ganhar depois de Santana Lopes ter empurrado, pontapeado e cuspido em Marques Mendes, o qual, no chão e com alguma lama, apenas consegue dizer por entre lágrimas: "mete-te com gajos do teu tamanho!!".
Cavaco Silva ignora os seus colegas de partido, olhando orgulhoso para a dupla Sócrates e Manuel Pinho. então chegam os dois à partida, felizes com mais uma difícil vitória. Sócrates e Manuel Pinho, apupados pela assistência, são levados em ombros pelos seus seguranças que voltados para as câmaras da RTP gritam "Viva o governo! Viva Portugal!!".
da rectaguarda, tal qual o emplastro, surge Alberto João Jardim. enraivecido, tira a pistola que mandou o tiro de partida a Cavaco Silva e grita: "A independência ou morte!".
o povo, acotovelando-se, dispersa num ápice rindo e cantando a música da abelha maia.

no confessionário

- senhor padre, perdoe-me pois pequei...
- óh menina, o que lhe aconteceu? piscou o olho ao diabo?!?
- não... foi bem mais grave!
o padre benze-se e suspira.
- senhor padre, esta noite que passou tive um sonho depravado... em que o senhor participava no dito comigo.
- ó menina e não quer tornar real esse sonho?!?